Setor de Patrimônio nas Empresas: O que Faz e Quais os Maiores Desafios


Você sabe realmente como está o controle dos ativos da sua empresa? E mais: sabe quem cuida disso? Em muitas organizações, o setor de patrimônio ainda é visto apenas como responsável por "etiquetar" bens ou cumprir exigências contábeis. Mas a verdade é que ele pode (e deve) ser uma peça-chave na gestão financeira e estratégica da empresa.
Com uma gestão patrimonial estruturada, é possível garantir desde a correta alocação de recursos até a tomada de decisões mais seguras sobre investimentos, seguros, reaproveitamento de bens e compliance com normas fiscais e contábeis.
Apesar disso, muitos gestores ainda têm dúvidas sobre o real papel do setor de patrimônio, seus impactos e os desafios que envolvem sua operação.
Não é à toa que, segundo a Pesquisa Cenário do Ativo Imobilizado 2023, 48,39% dos profissionais atuantes no setor ocupam cargos de analista contábil ou patrimonial, e mais da metade das empresas participantes (54,82%) têm mais de 500 colaboradores, ou seja, são empresas que já reconhecem o peso e a responsabilidade dessa área.
Se você busca mais controle, segurança e eficiência na sua empresa, este conteúdo é para você. Continue a leitura e veja como transformar o setor patrimonial em um verdadeiro aliado da gestão.
- Quais são as atribuições do setor de patrimônio?
- Como montar um setor de patrimônio de uma empresa?
- Qual é a importância e benefícios da gestão patrimonial para a empresa?
- E quais são os principais desafios do setor de patrimônio nas empresas?
- O setor de patrimônio de uma empresa pode fazer grande diferença para tomadas de decisões
Quais são as atribuições do setor de patrimônio?
O setor de patrimônio é responsável por garantir que todos os bens da empresa estejam devidamente identificados, localizados e classificados. Isso inclui saber exatamente qual é a função de cada ativo, onde ele está alocado e qual sua natureza contábil e operacional (como móveis, máquinas, equipamentos, veículos etc.).
Essa organização detalhada é essencial para manter um controle patrimonial eficiente, evitar perdas e permitir análises precisas sobre o estado dos ativos, como sua vida útil, necessidade de manutenção ou substituição e impacto nos processos da empresa.
Para alcançar esse nível de controle, as empresas podem estruturar um setor patrimonial interno, com profissionais especializados na área, ou optar pela terceirização da gestão, contando com consultorias e prestadoras de serviço que oferecem soluções completas desde o inventário físico até o suporte tecnológico com softwares e relatórios gerenciais.
O setor de patrimônio tem como funções:
O setor de patrimônio tem um papel fundamental na estrutura organizacional. Suas atribuições vão muito além do simples cadastro de bens — envolvem planejamento, controle, avaliação e supervisão contínua. Entre as principais responsabilidades, podemos destacar:
- Estruturar, controlar e supervisionar o cadastro patrimonial: garantindo que todos os bens estejam devidamente registrados, com informações completas sobre localização, estado de conservação, número patrimonial e descrição técnica.
- Avaliar a necessidade de aquisição de novos bens: analisando se há real demanda por determinado equipamento e evitando compras desnecessárias ou inadequadas para a operação da empresa.
- Acompanhar manutenção e reparos: inspecionando o estado dos ativos e verificando se estão recebendo a devida assistência técnica ou conserto quando necessário.
Controle patrimonial
O controle patrimonial é a soma de processos que garantem o correto registro, movimentação e descarte dos bens da empresa. Ele envolve três grandes etapas:
1. Aquisição de bens
Sempre que um novo bem é adquirido, o setor de patrimônio recebe a nota fiscal e realiza o registro inicial, atribuindo:
- o número patrimonial;
- a localização do bem;
- uma descrição técnica detalhada;
Essas informações são inseridas em uma ficha de controle (manual ou digital), e o bem é encaminhado ao setor requisitante.
2. Acompanhamento do fluxo dos bens
Todo deslocamento do bem seja interno, entre setores, ou externo, para manutenção ou empréstimo deve ser registrado. O controle é feito por meio de fichas específicas ou sistema informatizado, permitindo rastrear o trajeto completo do item.
3. Baixa patrimonial
A baixa ocorre quando um bem deixa de compor o ativo da empresa, seja por obsolescência, venda, doação ou descarte. Neste caso, são necessárias duas ações simultâneas:
- Baixa física, realizada pelo setor de patrimônio (remoção do bem do ambiente e do cadastro);
- Baixa contábil, efetuada pelo contador, ajustando os registros financeiros da empresa.
A realização periódica de inventários é uma das rotinas mais críticas do setor de patrimônio. Muitas empresas adotam ciclos anuais ou bienais, com o objetivo de garantir que:
- todos os bens cadastrados ainda estejam localizados na área correta;
- o estado de conservação seja monitorado;
- haja conformidade entre o que está registrado no sistema e o que existe fisicamente.
Quando um bem não é localizado durante o inventário, o responsável direto por ele deve comunicar a ocorrência ao setor patrimonial. A identificação do responsável é feita por meio do termo de responsabilidade, que deve estar devidamente preenchido e vinculado ao cadastro de cada item.
Como montar um setor de patrimônio de uma empresa?
Ter um setor de patrimônio estruturado não é apenas uma boa prática é uma decisão estratégica que impacta diretamente a saúde financeira e a organização interna da empresa. Em especial para negócios de pequeno e médio porte, implementar uma gestão patrimonial eficiente ajuda a evitar desperdícios, otimizar recursos e construir uma base sólida para o crescimento.
Confira os pilares fundamentais para montar ou aprimorar o setor patrimonial da sua empresa:
1. Monte uma equipe capacitada (ou conte com apoio especializado)
O primeiro passo é garantir que a equipe responsável pela gestão do patrimônio seja qualificada. Isso pode acontecer de diferentes formas, dependendo do porte e da estrutura da empresa:
Treinamento interno: capacite um ou mais colaboradores da área contábil ou administrativa para assumir a função com segurança;
Contratação de profissionais com experiência prévia na área;
Parceria com consultorias especializadas, como a Afixcode, que oferecem desde treinamentos até a estruturação completa da gestão patrimonial incluindo inventário, avaliação e implementação de sistemas.
Empresas de porte médio, por exemplo, costumam optar por um modelo híbrido: contratam uma consultoria para implantar os processos e treinar um colaborador interno para dar continuidade.
2. Implemente um sistema de gestão patrimonial
Contar com um software especializado em controle de ativos é indispensável para garantir eficiência, segurança e escalabilidade na gestão. Sistemas como o AFIXINV e o AFIXPAT permitem:
- Automatizar tarefas operacionais (como inventário e conciliação);
- Reduzir erros manuais e perdas de informação;
- Acompanhar movimentações em tempo real;
- Integrar os dados físicos e contábeis do patrimônio;
- Gerar relatórios gerenciais com agilidade e confiabilidade.
Ao substituir planilhas por tecnologia, a empresa ganha produtividade e pode concentrar esforços na análise estratégica dos dados, com base em informações confiáveis.
3. Delegue responsabilidades com clareza
Para que o setor funcione bem, é essencial que as responsabilidades estejam bem definidas. Isso inclui nomear colaboradores que serão os responsáveis diretos por:
- Acompanhar o uso dos bens em suas áreas;
- Ajudar no processo de inventário;
- Manter o termo de responsabilidade atualizado;
- Comunicar movimentações e baixas ao setor patrimonial.
Essa descentralização, feita de forma organizada, aumenta o controle e reduz o risco de desvios ou falhas operacionais.
4. Mantenha o controle patrimonial sempre atualizado
A revisão do controle patrimonial precisa ser periódica pelo menos uma vez por ano, de preferência alinhada com o fechamento contábil e auditorias. Essa atualização inclui:
- Avaliação da vida útil dos ativos;
- Ajuste do valor residual;
- Inclusão de bens adquiridos e baixa dos que já não fazem parte do patrimônio;
- Verificação da condição física dos itens.
Empresas menores têm a vantagem de uma comunicação mais direta entre áreas, o que facilita a implementação e manutenção do controle. Já empresas maiores devem investir em processos e sistemas mais robustos e contar com apoio especializado, quando necessário.
Qual é a importância e benefícios da gestão patrimonial para a empresa?
Implementar uma gestão patrimonial eficiente vai muito além do controle físico dos ativos, trata-se de um recurso estratégico que oferece visibilidade real sobre os bens da empresa e embasa decisões com mais segurança e precisão.
Com dados patrimoniais atualizados, os gestores têm acesso a informações valiosas que ajudam a:
- Minimizar riscos financeiros;
- Evitar perdas operacionais e contábeis;
- Planejar investimentos com base no ciclo de vida dos ativos;
- Cumprir com as exigências fiscais e regulatórias de forma mais precisa.
Além disso, empresas que investem em controle patrimonial estruturado transmitem mais credibilidade ao mercado, o que fortalece a reputação institucional e amplia o interesse de investidores e parceiros estratégicos.
Outro ponto importante é o ganho em conformidade. Manter os registros patrimoniais atualizados facilita a adequação à legislação vigente e prepara a empresa para mudanças normativas, como revisões no CPC 27 ou no IFRS 16. Isso reduz a exposição a riscos fiscais, autuações e ressalvas em auditorias.
Também vale destacar que a revisão periódica do patrimônio permite identificar:
- Bens desvalorizados ou obsoletos;
- Oportunidades de reaproveitamento;
- Créditos tributários potenciais (como PIS/COFINS sobre o imobilizado);
- Necessidade de manutenção ou substituição preventiva.
Em resumo, uma boa gestão patrimonial não apenas protege os bens da empresa, mas contribui diretamente para a sua saúde financeira, eficiência operacional e tomada de decisões mais assertivas.
E quais são os principais desafios do setor de patrimônio nas empresas?

A gestão patrimonial tem ganhado relevância nas empresas brasileiras, mas ainda enfrenta barreiras significativas que comprometem sua eficiência e maturidade. A partir da Pesquisa Cenário do Ativo Imobilizado 2023, identificamos os principais desafios enfrentados pelos profissionais que atuam diretamente na área:
Desafio 1: Cultura empresarial ainda é uma barreira significativa
A cultura empresarial continua sendo apontada como o maior obstáculo para o avanço da gestão patrimonial. Em 2023, 51,4% dos respondentes indicaram esse fator como a principal dificuldade no setor. O número é expressivo e reflete uma realidade em que a alta gestão ainda não valoriza o controle de ativos como parte estratégica da empresa.
Esse desafio é ainda mais acentuado em organizações onde os relatórios patrimoniais não são analisados pelos gestores: nesses casos, a resistência à adoção de boas práticas aumenta significativamente. A falta de envolvimento da liderança compromete a credibilidade dos dados, o cumprimento de normas e a própria longevidade dos ativos.
Desafio 2: Falta de sistemas adequados e integrados
A limitação tecnológica segue como um ponto crítico. Ainda há muitas empresas que dependem de planilhas manuais ou sistemas incompletos para gerir seus ativos. Em 2021, 38,5% dos entrevistados já relataram essa dificuldade e embora o cenário tenha evoluído, ainda há lacunas importantes.
Por outro lado, a tendência é positiva: o número de empresas que planejam investir em sistemas de gestão patrimonial subiu para 18,7% em 2023 (contra 11,9% em 2021). Isso mostra um avanço na consciência sobre o papel da tecnologia como aliada do controle patrimonial e da confiabilidade da informação.
Desafio 3: Falta de mão de obra qualificada
A escassez de profissionais capacitados também permanece como um desafio relevante. Em 2021, 51,3% dos respondentes já apontavam a falta de recursos humanos especializados como uma grande dificuldade.
Apesar dos avanços em capacitação e acesso a treinamentos, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para formar ou manter equipes técnicas aptas a executar um controle patrimonial eficiente. Isso reforça a importância de investir em capacitação contínua ou na contratação de parceiros especialistas, especialmente em momentos como o inventário físico ou a conciliação contábil.
Desafio 4: Orçamento limitado para a área patrimonial
A limitação de recursos financeiros é outro gargalo que precisa ser enfrentado. Em 2021, 35,9% das empresas apontaram orçamento insuficiente como um dos principais entraves. Em 2023, embora os dados mostrem um cenário mais otimista, o desafio persiste em parte do mercado.
Segundo o levantamento mais recente:
- 51% das empresas que responderam a pesquisa têm um orçamento anual de até R$ 120 mil para gestão do ativo imobilizado;
- Já 17,9% possuem orçamentos acima de R$ 1.440.000,00, número mais comum em empresas com mais de 5.000 colaboradores;
- E 83,8% das empresas pretendem manter ou aumentar esse orçamento nos próximos 12 meses, o que sinaliza uma perspectiva positiva de investimentos no setor.
Esse cenário demonstra que, apesar das restrições, há um movimento crescente de valorização da área. Prova disso é que 26,6% das empresas planejam investir em inventário físico até o próximo ano, reconhecendo o impacto desse processo para manter o cadastro atualizado e confiável.
O setor de patrimônio de uma empresa pode fazer grande diferença para tomadas de decisões
A gestão patrimonial deixou de ser apenas uma obrigação contábil e se tornou um diferencial estratégico para empresas que buscam eficiência, conformidade e decisões mais inteligentes. Ao estruturar um setor de patrimônio bem definido com processos, tecnologia, equipe qualificada e apoio da alta gestão, a empresa ganha controle sobre seus ativos, reduz riscos e amplia sua capacidade de planejamento.
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coloque meu email e não está dando certo por qual motivo?