Um dos pontos que mais nos chamaram a atenção na pesquisa Cenário do Ativo Imobilizado no Brasil, realizada pela Afixcode, foi que quando perguntamos quais eram os desafios na gestão do imobilizado a cultura empresarial apareceu em primeiro lugar com quase 50% dos apontamentos.
Desde então, sempre que tenho a oportunidade, comecei a investigar mais a fundo com os gestores e profissionais da área esse tema e notei um padrão nas respostas, o que me inspirou a escrever esse artigo.
O desafio representado pela cultura empresarial tem duas vertentes, continue a leitura para entender cada uma delas:
A primeira vertente é considerada histórica e vem de uma subvalorização deste tipo de controle ainda visto por alguns setores como não essencial ou sem grande importância.
Felizmente, desde 2007 com o processo de convergência contábil para as normas internacionais de contabilidade (IFRS) esse quadro vem mudando, tanto a contabilidade, como seus profissionais estão sendo mais valorizados e vistos como parte da estratégia para o alcance das metas desejadas. Nesse ponto, notamos que a cultura empresarial vem mudando para uma valorização da gestão do ativo imobilizado, mas em organizações mais tradicionais esse processo ainda é lento e um desafio para os profissionais que ali atuam.
A segunda vertente, mais citada e também apontada como um grande desafio, acaba se relacionando com outro ponto da pesquisa que é a falta de mão de obra qualificada.
Muitas vezes as normas e procedimentos existem, mas os profissionais que deveriam executar ou não possuem a qualificação adequada ou não estão engajados com o processo. Soma-se a isso ainda, a resistência para mudança da corporação/pessoas e problemas com a liderança.
Esse conjunto, cria uma cultura empresarial que representa um grande desafio na gestão do imobilizado uma vez que é preciso o engajamento de diversos setores da organização.
Mudar a cultura de uma organização é extremamente difícil e um processo na maioria das vezes lento.
Tudo começa com a liderança, com os gestores que devem ser os primeiros promotores da mudança. Ainda usando os dados da nossa pesquisa, cruzamos as informações para ver o impacto do hábito de análise dos relatórios patrimoniais por parte da Alta Gestão (Presidência, Diretoria ou Gestores), no que os gestores perceberem como desafios. Notamos que nas empresas onde o envolvimento da liderança é maior, a Cultura Empresarial deixa de ser o maior desafio, que passa a ser Sistemas que não atendem as necessidades com 45,71%.
Já nas empresas onde a Alta Gestão não analisa os relatórios patrimoniais, aumenta para 64,29% o número de respondentes que apontam a Cultura Empresarial como maior desafio. Isso nos comprova como o envolvimento da liderança é essencial para propagar a importância da gestão do ativo imobilizado nas organizações, para que a Cultura Empresarial deixe de ser uma dificuldade, mais sim uma aliada na visão dos gestores.
Depois da aderência por parte da liderança, existe a necessidade de uma ação coordenada tanto do departamento de recursos humanos como das áreas envolvidas, no caso a contabilidade, para a divulgação, conscientização e educação dos colaboradores.
Por fim, chegamos às normas e procedimentos, as definições das políticas que devem estar formalizadas e adequadas para o grau de maturidade tanto da organização, quanto para as pessoas envolvidas no processo.
Listamos abaixo nossas principais dicas para as empresas de acordo com o nível de maturidade na gestão do imobilizado.
Em empresas menos maduras, é recomendável processos mais simples, menos controles, o básico bem feito. Para empresas que estão nessa fase, os principais passos são:
Controles básicos para começar a implementar a gestão do imobilizado
Já em organizações mais maduras, pode-se então aumentar os controles, refinar e aprimorar os processos e buscar novas tecnologias para o ganho de performance.
As principais sugestões para empresas com maior maturidade mais que ainda lidam com o desafio da Cultura Empresarial, seriam:
Como vimos, a mudança de cultura de uma organização é um processo lento e trabalhoso, por isso nossa recomendação é muito planejamento e o envolvimento de toda a liderança para o êxito desse projeto.
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