Como Calcular a Depreciação de Máquinas e Equipamentos


Qualquer que seja a área de atuação, as empresas que atuam no setor industrial precisam de um alto investimento em CAPEX para entrarem em operação. As despesas de capital com equipamentos e máquinas específicos que são essenciais para que a empresa produza suas mercadorias são altas e demandam atenção especial da parte financeira e contábil para não acarretar em prejuízos para o negócio.
Logo, nessas entidades, a conta de máquinas e equipamentos tende ser uma das mais relevantes no imobilizado, sendo importantíssimo a contabilização da depreciação não somente para fins fiscais, mas principalmente para fins gerenciais (composição de custos de produtos, manutenção dos diferenciais competitivos, etc).
Assim, saber como calcular a depreciação corretamente é importante para manter um bom controle na gestão financeira da empresa. Porém, sabemos que muitos profissionais encontram desafios quando se trata em determinar o momento certo para depreciar seus bens e qual metodologia de depreciação escolher.
Neste artigo, você encontrará explicações detalhadas sobre o que é depreciação, as diferenças entre a depreciação fiscal e contábil, exemplos fáceis de como calcular e o por que o cálculo de depreciação é importante. Continue a leitura para saber mais sobre esse assunto.
Confira os tópicos abordados neste artigo:
- O que é a depreciação?
- Depreciação Contábil x Fiscal
- Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?
- Por que o cálculo da depreciação é importante?
- Assista o vídeo: Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos
- Como Calcular A Depreciação De Máquinas E Equipamentos Utilizando Sistema Especializado
- Conclusão
O que é a depreciação?

A depreciação corresponde à diminuição do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou à perda e utilidade, devido à ação da natureza ou obsolescência.
Em outras palavras, é a perda do valor do bem seja por uso (desgaste) ou obsolescência (por exemplo surgimento de novas tecnologias) com o decorrer do tempo. Um exemplo clássico que sempre aplicamos é de um carro zero que compramos na concessionária e a desvalorização do mesmo (parte dessa desvalorização é explicada pela depreciação).
Já o IAS 16 (CPC 27) para fins contábeis, define depreciação como a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes.
Quando se inicia e cessa a depreciação de um ativo?
A depreciação se inicia quando o ativo está disponível para uso, e deve cessar quando:
- O ativo é classificado como mantido para venda;
- O ativo é baixado;
- Ou quando estiver totalmente depreciado;
Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado.
Contudo, o fato do ativo se tornar ocioso pode ensejar revisão de seu valor residual ou do tempo de vida útil, bem como sugerir perda por irrecuperabilidade.
Depreciação Contábil x Fiscal
Vale ressaltar que temos para qualquer tipo de ativo imobilizado dois tipos de depreciação: a fiscal e a contábil (também chamada de depreciação econômica, societária ou gerencial).
O que é Depreciação Fiscal?
A depreciação fiscal como o próprio nome sugere é para atendimento ao Fisco, devendo seguir estritamente a IN 1700/17 – anexo III, cuja taxa em geral para máquinas e equipamentos é de 10% ao ano.
O que é Depreciação Contábil?
Já a depreciação contábil deve ser estabelecida através de um estudo de vida útil, no qual irá refletir o real desgaste da máquina dada todas as condições de operação na empresa, portanto geralmente a depreciação contábil é diferente da depreciação fiscal, podendo ser maior ou menor.
Reforçando novamente, o objetivo da CPC 27, das normas internacionais de contabilidade (IFRS) é que a depreciação do imobilizado representa o mais próximo possível da realidade dada às condições de operação dos bens.
Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?
Abaixo unimos exemplos práticos utilizando a depreciação fiscal e contábil. Para calcular, usamos principalmente o método linear, mas também existem casos onde o método de unidades produzidas pode ser usado. Siga a leitura para aprender de forma prática a fazer os cálculos.
Exemplos de Cálculo de Depreciação Linear
Usando o cálculo de depreciação pelo método linear, temos algumas diferenças considerando a depreciação fiscal e contábil:
Exemplo de Depreciação Fiscal - Método Linear
Para exemplificar, vamos considerar uma indústria que possui uma máquina com valor inicial de 1 milhão de reais e a taxa de depreciação fiscal desse bem é de 10% ao ano. Assim, teríamos:
Máquina: valor depreciável = R$ 1.000.000,00
Taxa de depreciação fiscal = 10% aa
Depreciação mensal = R$ 1.000.000,00 * 10% / 12 = R$ 8.333,33
Neste exemplo, o cálculo foi baseado no método de depreciação linear, que segue o método de quotas constantes. Ou seja, todos os meses o mesmo valor é depreciado até o final da vida útil deste bem.
Exemplo de Depreciação Contábil - Método Linear
Hipoteticamente, considerar que a mesma máquina tenha sido feito um estudo de vida útil e determinado uma VU = 14 anos
Nesse caso a depreciação mensal seria = R$ 1.000.000,00 / 14 /12 = R$ 5.952,38
Depreciação = (Valor contábil - Valor residual descarte [- Impairment]) / VU
Depreciação por unidade = R$1.000.000,00 / 5.000.000
Depreciação por unidade = R$ 0,02 por unidade produzida
Suponha, portanto, que em determinado mês X a produção mensal de peças foi de 192.356 unidades
Nesse caso a depreciação mensal seria = R$ 0,02 * 192.356 = R$ 3.847,12
Assim, a diferença do método de unidades produzidas em relação ao método linear é que ele reflete quanto foi o desgaste do bem de acordo com a produção. Se a máquina produzir mais peças em um mês, a depreciação neste período será maior. Se a máquina produzir menos peças, o valor da depreciação mensal será menor também.
IMPORTANTE: para a implementação do método de unidades produzidas é necessário dispor de bons controles.
NOTA: para efeitos didáticos não consideremos nos exemplos o valor residual de descarte dos bens.
Por que o cálculo da depreciação é importante?
Tirando o aspecto fiscal que é uma obrigação, saber como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos produtivos é importantíssimo em 2 aspectos:
1. Exigência Legal
Todas as empresas que optam pelo regime de lucro real, tem a opção de abater o valor da depreciação da base de cálculo ao calcular o imposto de renda e a contribuição social. Desta forma, é importante realizar o cálculo preciso do custo de depreciação, para garantir o cumprimento dessa exigência legal.
2. Composição do Custo de Produtos
Para as indústrias, o valor da depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na produção de um bem, é parte do custo desse produto. Para que as empresas saibam se o custo de produção por unidade é necessário calcular corretamente o valor dessa depreciação, se incorretamente calculado pode causar diversos prejuízos a empresa.
3. Manutenção dos Diferenciais Competitivos
Outro fator extremamente relevante e estratégico é com relação ao tempo de operação da máquina e o planejamento da sua substituição, desmobilização e imobilização de uma nova máquina – a depreciação do bem deve estar alinhado com a estratégia de investimentos da empresa.
Assista o vídeo: Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos
Quer saber mais detalhes de como realizar os cálculos com um passo a passo completo? Confira o vídeo "Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos" abaixo em que nosso CEO, Glauco Oda, explica com detalhes e exemplos os diferentes métodos de cálculo de depreciação. Clique e assista:
Como Calcular A Depreciação De Máquinas E Equipamentos Utilizando Sistema Especializado
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Além disso, o Afixpat também possui recursos adicionais para controle dos créditos de ICMS e PIS/COFINS relacionados aos ativos.
Um dos recursos bem interessantes que nosso sistema oferece, é fazer o cálculo de depreciação. Essa ferramenta permite auxiliar e facilitar o acompanhamento dos registros na gestão de ativos, permitindo que as empresas tenham uma visão clara do valor dos bens ao longo do tempo. Veja no exemplo abaixo:


Permite acesso visual às informações no cadastro do patrimônio, permitindo ao usuário a filtrar pelo bem desejado e verificar suas características registradas. Essas informações incluem fotos, documentos, históricos e outros detalhes importantes. Com essa funcionalidade, os usuários podem ter uma visão mais completa e detalhada de cada bem.

Essas são algumas das funcionalidades que o sistema oferece, é possível acompanhar de forma precisa os benefícios fiscais associados aos ativos da empresa.
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Conclusão
Neste artigo, destacamos a importância de como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos, através de métodos de cálculos como exemplo e como utilizar sistema especializado pode te ajudar nesse cálculo. Agora que você já sabe como funciona esse conceito, recomendamos os demais conteúdos:
👉 Vida Útil Economica
👉 A Importância da Depreciação e o Sucesso da Empresa
👉 Depreciação do Ativo Imobilizado: Critérios e Desafios para Contabilidade