Contabilidade a Valor Justo: Conceito, Mensuração e Riscos de Adoção
O que é permitido fazer atualmente após a revogação da Reavaliação de Ativos no Brasil?
A determinação do valor justo dos ativos é um desafio para a devida adequação ao IFRS, considerando que trata-se de novo conceito no Brasil. Neste artigo vamos apresentar esse novo conceito e discutir os principais desafios encontrados para sua correta mensuração e utilização na prática.
Conceito de Valor Justo
O valor justo é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, por duas partes dispostas a isso e independentes entre si. O objetivo está em garantir que a determinação do valor justo ocorra em condições usuais de mercado, ou seja, que fatores que pressionem para a liquidação da transação não interfiram na definição do valor final.
Como o valor justo substituiu o custo histórico, a análise para a determinação desta substituição é avaliar a necessidade e utilidade desta informação para os usuários da contabilidade, além da sua viabilidade e os custos de obtenção destas informações.
Mensuração
Para a definição do valor justo utiliza-se dados objetivos, como cotações de bens similares ou subjetivos, como estimativas internas conforme dados históricos. O método utilizado deve estar explanado nas notas explicativas.
Conforme CPC 27, o custo de item do ativo imobilizado é mensurado pelo valor justo a não ser que a operação de permuta não tenha natureza comercial ou o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possam ser mensurados com segurança. Isto significa que o valor justo deve ser utilizado apenas nos casos em que a empresa possa assegurar que para a sua determinação foram utilizadas bases confiáveis.
Riscos de se utilizar o Valor Justo
Os riscos quanto à utilização do valor justo referem-se ao grau de subjetividade dos seus critérios para a realização do cálculo que podem se utilizar de hipóteses, comprometendo a qualidade das informações.
Além disso, é preciso considerar que o valor justo é um preço estimado e determinado em um momento específico, podendo ser modificado em um curto período de tempo, como por exemplo decorrente de avanço tecnológico.
Portando, o maior desafio em se utilizar este método é encontrar profissionais aptos a realizar corretamente o julgamento e definição do valor justo dos ativos e que utilizem premissas confiáveis para a base do seu cálculo.
O valor justo normalmente é determinado a partir de evidências baseadas no mercado, através de avaliações feitas por profissionais qualificados. Caso o ativo não seja um item comercializado normalmente e portanto não possuir comparativo de mercado, as empresas podem estimar o valor justo usando uma abordagem de receitas ou de custo de reposição depreciado.
4 Comments
Vai alguns questionamentos referente as novas normas contábeis :
1) O laudo de avaliação dos ativos tem que ser feito todo ano e por empresas especializadas?
2) Quando é feito o laudo e o valor é superior ao residual contábil, algumas auditorias pedem para cancelar a depreciação naquele período, isso é correto ou temos que efetuar lançamentos para ajustar o valor presente do ativo?
Prezada Agda,
Obrigada pelo contato e interesse no artigo.
O laudo de avaliação para a determinação do Valor Justo poderá ser emitido somente uma vez, na adoção inicial.
A depreciação deve ocorrer normalmente no período independente do resultado do laudo de avaliação e os valores dos bens devem ser ajustados de acordo com o laudo.
Atenciosamente,
Bernardete Tambosi
Por que na prática a teoria relacionada à mensuração a valor justo não é aplicada?
Danielle,
Na prática a teoria relacionada a mensuração é aplicada. Caso haja empresas que não aplicam é necessário identificar os motivos para esta prática.
Atenciosamente,
Bernardete Tambosi